31 de março de 2010

Noturno [2]

Parado na página 123 de 463 páginas.
A leitura segue de forma vagarosa, mas já venci uma boa parte do livro: O Início, O Pouso, Embarque Imediato, Chegada, Ocultação; agora lendo Despertar.

Como disse, os primeiros capítulos são avassaladores: o livro começa em 24 de Setembro de 2010, descrevendo o pouso aparentemente normal do Boeing 757 da Regis Air, vôo 753, procedente de Berlim, na Alemanha, com 210 pessoas a bordo.  Porém, enquanto ainda taxiava em direção ao terminal de passageiros do aeroporto JFK, em Nova York, a aeronave desliga completamente.  Apesar das tentativas da torre em estabelecer o contato, ninguém na aeronave responde.  Assim o pessoal de pista é despachado, apenas para encontrar o avião completamente às escuras e com todas as portas trancadas e persianas abaixadas.  O medo começa a crescer.

Os personagens começaram a ser apresentados: temos Abraham Setrakian, que conhecemos ainda menino quando sua avó lhe conta a lenda de Jusef Sardu, um jovem da membro da nobreza polonesa que aparentemente se tornou um monstro ( um vampiro ? ) quando caçava lobos com seu pai e tio na Romêmia.  Alguns anos mais tarde Setrakian e sua família tiveram que fugir da Romênia por causa dos nazistas, e aparece bem mais tarde como dono de uma loja de antiguidades em Nova York, parecendo saber bem mais sobre os acontecimentos terríveis narrados no livro do que se poderia esperar de um velho aleijado.

Temos também Ephraim Goodweather ( Eph ), o chefe do Projeto Canário, uma operação do Centro de Controle de Doenças criado para identificar rapidamente qualquer ameaça biológica ( me lembra um pouco o Projeto Wildfire, do excelente O Enigma de Andrômeda ).  Eph tem um filho, Zack, e está se divorciando de Kelly, que hoje vive com Matt.  Como se suspeita de um ataque terrorista, ou mesmo de uma doença incrivelmente contagiosa, caberá a Eph e à sua colega Nora investigar o caso do Boeing "morto" da Régis Air.

E também temos um outro personagem bastante misterioso: Eldritch Palmer, um rico enpresário residente em Dark Harbor, virginia, que estranhamente parece bastante informado a respeito dos acontecimentos no aeroporto JFK.  Palmer, com 76 anos de idade, tem uma saúde bastante frágil e precisa continuamente fazer hemodiálise diariamente.  Além disso tem o estranho hábito de manter a temperatura ambiente em precisos 17 graus centígrados ...

Quando Eph chega ao aeroporto a autoridade portuária já havia despachado um grupo de agentes para serrar a aeronave e adentrá-la, apenas para descobrir todos os ocupantes mortos.  Eph e Nora adentram na aeronave vestindo trajes de proteção, e acabam por descobrir quatro sobreviventes, incluindo o comandante.  Encaminhados para a ala de segurança do Hospital Jamaica, nenhum dos sobreviventes consegue lembrar de nada, embora estejam aparentemente bem de saúde.  Apesar disso ficam em quarentena no hospital, enquanto as equipes de saúde tentam determinar a causa das mortes.

Enquanto isso, de volta ao aeroporto, as equipes de resgate começam a inspecionar a aeronave.  Encontram um caixote muito estranha, que não parece registrada na relação de carga.  Tal caixote é preto e tem estranhas gravuras de seres alados.  Descontado o tamanho avantajado parece bastante com um caixão de defunto, embora esteja carregado com uma lama negra e mal-cheirosa.

E como se as coisas precisassem ficar ainda piores, há um eclipse total se aproximando.  Logo depois que  Eph e equipes de segurança da prefeitura dão uma entrevista coletiva o eclipse chega com força, e durante a ocultação o caixote desaparece misteriosamente do hangar de manutenção da Regis Air, apenas para ser encontrado meio que por acaso por Lorenza Ruiz, a mesma que havia sido a primeira pessoa a se aproximar do Boeing depois que ele se apagara na pista de pouso.  Lorenza se sentia como se tivesse sido guiada até o local, e aparentemente foi a primeira vítima em terra da coisa que viajou a bordo do Vôo 753, qualquer que seja ela.

Enfim, o clima vai ficando cada vez mais tenso, e as equipes de resgate e investigação ainda não tem qualquer pista sobre o que aconteceu aos passageiros e tripulantes do vôo 753.  Com quase um terço do livro vencido as situações estranhas se acumulam e nenhuma resposta foi descoberta.  Isso fica cada vez mais parecido com Lost ...

Ah, sim, cabe um comentário ...  Hoje em dia todas as menininhas lêem histórias de vampiro que mais parecem contos de fadas, vampiros sarados e bonitões que só querem se apaixonar ...  E dê-lhe Eclipse, True Blood, Vampire Diaries e tudo o mais.  Mas isso aqui não é uma história para menininhas.  É um livro de vampiros que quer virar filme e que tem até um eclipse, mas as semelhanças param aí.  Esse é mais pesado, mais intenso, e muito mais assustador.  Tomara que a saga completa valha a pena.

25 de março de 2010

Noturno

"Noturno", de Guillermo del Toro e
Chuck Hogan.
Nunca fui fã de Guillermo del Toro.  Aliás, como poderia, se nunca vi sequer um filme do cara ?  Nem nunca ouvira falar de Chuck Hogan, autor sensação nos Estados Unidos por causa de uma curta história de mistério lançada ano passado.  E mais ainda, nunca fui muito fã de histórias de vampiros.  Mesmo o nunca-antes-contestado Drácula de Bram Stoker não me chamou muita atenção ( achei o final simples demais, faltava um epílogo holywoodiano, no que deve ter revoltado os fãs do livro ... ).

Mas enfim, ouvi falar deste projeto e a premissa me pareceu interessante.  Um Boeing 777 pousa no aeroporto JFK, em Nova York, e de repente se apaga completamente.  Há toda uma reação das equipes responsáveis, primeiro pensando em um atentado terrorista ou sequestro, mas nada de conclusivo.  Tudo apagado lá dentro, ninguém responde ao rádio, todas as persianas internas abaixadas ...  O clima que os autores constroem logo nos primeiros capítulos é de arrepiar.  Se você ficou interessado, pode ler o primeiro capítulo pode ser visto no hot-site que a Editora Rocco criou para o livro.  É só seguir o link.

Mas antes de mais nada é bom saber que este é um livro que não tem um final.  Ou ao menos não um final convencional.  Ele é o primeiro volume de uma trilogia que Del Toro e Hogan estão preparando, e que deve se completar com dois novos lançamentos ( um ainda em 2010 e o próximo em 2011 ).  Pode ser meio desmotivante ler um livro que não acaba, mas resolvi correr o risco.  A gente não está assistindo Lost há seis anos, e gostando ?

Bom, acabei de ler os primeiros capítulos.  Nenhum personagem importante foi citado ainda, mas o clima está montado.  Volto assim que fizer progresso.

22 de março de 2010

O Oitavo Passageiro [5]

Feito, livro terminado.
Acabei não vendo o filme ainda, então as comparações vão ficar para mais tarde.  Obviamente o livro segue o filme bem de perto, mas algumas diferenças são perceptíveis.

A morte do comandante Dallas, por exemplo, é descrita de forma mais direta, sem dar muito a sensação claustrofóbica que só um filme em tela grande conseguiria.  A cena em que Ripley tenta desativar a auto-destruição do Nostromo parece mais rápida, menos tensa.  Não sei se isso se deve ao talento de Ridley Scott oou se o livro realmente se baseia em uma versão anterior do roteiro, sem muitos floreios.  De qualquer forma, está lá a cena excluída do filme em que Ripley encontra os corpos da tripulação na sala de manutenção.

Aliás, dá para saber, sim, que o livro se baseia em um roteiro mais antigo: na cena em que Parker decapita Ash, ele o faz usando um dos rastreadores de movimento que o próprio Ash havia desenvolvido, exatamente como aparece no roteiro cujo link mostrei antes.  No filme, entretanto, Parker usa um extintor de incêndio ( o que me parece mais pertinente, a não ser que os rastreadores fossem realmente monstros inconcebíveis ... ).

No final, Ripley consegue vencer a fera enviando-a para o espaço a partir do módulo de fuga ( que, aliás, me fez lembrar de um certo filme de um certo diretor muito badalado, um filme sobre um barco enorme ...  Assim como o tal barco, o Nostromo não tinha botes salva-vidas para todos os passageiros ... ).

Enfim, leitura mais do que recomendada.  Muito especialmente para quem ainda não viu o filme, acho que o livro perde um pouco da força nesta situação, mas ainda assim é muito interessante.  Em tempos de banalização dos efeitos especiais, ler um livro / ver um filme totalmente baseado nos "efeitos psicológicos" do medo é realmente muito refrescante.

21 de março de 2010

O Oitavo Passageiro [4]

Parado na página 191 de 232.  Fazem sete dias que estou lendo, e já venci uma fatia bem grande do livro.

Kane morreu na página 149, naquele que provavelmente é o momento mais marcante do livro e do filme, e com certeza um dos mais reconhecidos da Ficção Científica mundial.  Ainda me lembro do terror que me assaltou quando li esta cena pela primeira vez, sem nunca ter visto o filme antes.  Hoje, entretanto, depois de ter visto o filme tantas vezes (e apenas uma desde que comprei o DVD -- fico me perguntando se acontece com todo mundo que compra DVDs ...) muito deste impacto se perdeu, mas ele ainda está lá.  Foster se atém ao básico ao descrever a cena, mas ainda assim consegue criar algum suspense, fazendo tudo acontecer de surpresa.  Aliás, não sei se isso se deve ao roteiro ou ao livro em si, mas gosto muito da "atuação" de Ash quando das duas mudanças de status de Kane (quando o maniforme finalmente o deixa e, mais tarde, quando o tripulante acorda aparentemente plenamente recuperado, apenas para morrer instantes depois.

O confronto Dallas / Ash também ficou muito interessante.  Mostrado do ponto de vista do primeiro, a cena mostra que o capitão já não está mais tão seguro das suas capacidades de liderar a equipe.  Ash é brilhante na arte da dissimulação, e Dallas fica ainda mais inseguro.  Tivesse Dallas sido o primeiro a morrer, aí o leitor desavisado poderia ter ficado com a impressão que o cientista conspirava contra sua própria equipe, mas não, Brett morre logo depois, quando a tripulação decide que o melhor é encontrar o alienígena e jogá-lo para fora da nave.

Aliás, essa é uma cena meio boba, lugar-comum nos filmes de terror: o cara que se separa do grupo para buscar algo ou alguém que ficou para trás (no caso Jones, o gato de bordo, o verdadeiro oitavo passageiro) apenas para ser atacado pela besta enquanto ninguém pode ver ("no espaço ninguém pode ouvir os seus gritos", já dizia o cartaz do filme ...)).  Outra coisa que me irrita é que Foster fica sempre citando "Jones, o gato", como se o leitor não conseguisse lembrar os nomes dos personagens ...

A morte de Brett, descrita na página 176, é um pouquinho diferente da do filme.  No filme ela parece mais dramática, com pausas para aumentar a tensão e tudo o mais.  Talvez o livro se baseie em uma versão preliminar do roteiro, ou talvez Foster simplesmente achou que as pausas não se prestavam ao livro.  De qualquer forma, ainda é muito clichê.

Mas gosto muito das discussões da tripulação a respeito de alternativas para caçar o alien.  Não parece aquela coisa combinada, ensaiada, que a idéia já está pronta e eles estão só enrolando para nos mostrar.  Parece mais com idéias reais, debatidas em seus pontos fracos e fortes, até que, por evolução, se chega em um plano de ação.  Gosto muito disso, e não lembro exatamente se no filme vemos tudo isso ou não.  Vou precisar ver meu DVD para matar a dúvida ...  Provavelmente vou fazer isso amanhã à noite, depois de terminar o livro.

Estou chegando à morte de Dallas.  Depois que Kane e Brett morreram a tripulação ficou muito abalada, e Dallas achou que era sua vez de correr os riscos, já que até ali ele vinha sempre expondo os outros aos riscos.  Ficou legal, gostei da psicologia da cena.

E, para terminar, uma última queixa: a impressão da Editora Nova Fronteira em 1979 até que era boa, uma capa bonita, papel bom e uma fonte bem legível.  Entretanto eles falharam em alguns aspectos.  As divisões dentro dos capítulos, aquelas linhas em branco ou asteriscos (ou qualquer outro ornamento) que se usa para dividir "cenas" dentro de um capítulo, praticamente não existem.  Vez por outra eu me perco, já que de repente o assunto muda e a gente fica pensando que ainda se está falando da mesma coisa ...  Meio frustrante.  E outro erro grave ocorreu na montagem: as páginas 156 e 157 foram montadas em ordem invertida.  A numeração segue a seqüência certa, mas o que está no lado direito, página 157, tem que ser lido antes do que o que está no lado esquerdo, página 156.  Acaba que, para entender a coisa direito, temos que reler três ou quatro páginas ...

É isso.  Voltamos a qualquer momento com novas informações.

19 de março de 2010

O Oitavo Passageiro [3]

Só para registrar: enquanto procurava por DAS/DCS e aquela baboseira toda encontrei o script de Alien escrito por Walter Hill e David Giler.  Siga o link e divirta-se.

Está em inglês, mas parece valer a pena ...  Uma pequeninha peça de história.

EDIT: Outra: quando eles tentaram vender o script para as produtoras o anunciavam como um "Tubarão no espaço".  Taí um bom candidato para um próximo review, só para manter a temática livro/cinema.  Mas acho que primeiro vou procurar meu "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" que está perdido em algum armário.  Li "Tubarão" há bem pouco tempo ...

O Oitavo Passageiro [2]

No momento parado na página 120/232 de "O Oitavo Passageiro".  Agora há pouco, entretanto, lembrei de uma passagem que gostaria de ter registrado antes.

Sir. Arthur C. Clarke, em sua terceira lei, já dizia que "qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia".  Bom, livros de ficção científica tem a difícil tarefa de, vez por outra, terem que lidar com o impossível, terem que descrever tecnologias que ainda não foram inventadas.  Uns ainda tentam fazer algum sentido, mas outros não se dão ao trabalho.

- Órbita equatorial no papo - anunciou Ash.
Abaixo deles o mundo em miniatura girava indiferente.
- Dê-me uma leitura de pressão.
Ash examinou os instrumentos e falou, sem voltar-se para encarar Dallas:
- Três ponto quatro cinco em corte em redondo ...  aproximadamente cinco psia, capitão.
- Avise se mudar.
- O senhor teme que uma manipulação redundante possa desarranjar o controle CMGS quando estivermos ocupados com outra coisa ?
- Isso.
- O controle CMG fica neutralizado via DAS/DCS.  Podemos aumentar com TACS e controlar através de ATMDC e computador.  Mais aliviado ?
- Muito mais.

De "O Oitavo Passageiro", de Alan Dean Foster; capítulo 2, página 30.

Mas ...  Posso mudar de idéia ...
Todas as siglas "mágicas" usadas parecem pertinentes, foram usadas em um documento que encontrei na web que descreve o sistema de controle de vôo do Skylab ...

18 de março de 2010

O Oitavo Passageiro

"O Oitavo Passageiro" [Alien], de
Alan Dean Foster, baseado no filme de
Ridley Scott, este por sua vez baseado
no roteiro de Dan O'Bannon e
Ronald Shusett,
Eu vinha procurando por esse livro já há muito tempo.  Demorei tanto para encontrar provavelmente porque estava procurando com o nome errado: sempre busquei por "Alien, O Oitavo Passageiro", mas parece que o livro foi publicado numa época em que era crime usar palavras estrangeiras nos títulos (vide "Guerra nas Estrelas", do mesmo autor [mas mascarado como George Lucas]).
Bom, de qualquer forma, este livro me traz belas lembranças.  Eu o li pela primeira vez em 1987.  Eu fazia o terceiro ano do segundo grau no Geteco, em Bagé, e meu colega Giovani certa vez me convidou para ir à Biblioteca do SESI.  Embora sempre tenha gostado de ler (leio até rótulo de shampoo se me faltar o que ler ...), por alguma razão que ainda desconheço eu nunca havia me associado a uma biblioteca, nem nunca mais o fiz.  Mas as experiências que obtive a partir daquela primeira visita me são caras até hoje.  Era uma caminhada longa, mais de 1 Km no sentido contrário ao da minha caminhada normal, e isso numa época que eu já estava trabalhando depois das aulas, mas sempre à fiz de muito bom grado, seja acompanhando o próprio Giovani seja sozinho.  Li muita coisa, mas sempre dando ênfase à Ficção Científica, gênero que me atraiu desde sempre.  Foi lá que conheci Arthur Clarke, Isac Asimov, Philip K. Dick, Ray Bradbury e outros tantos.

Bom, por ser um livro que já li há tanto tempo, as impressões que tive da primeira vez que o li já se perderam quase completamente.  Mas lembro que senti medo.  Acho que mais por causa do filme, mesmo.  Quando li o livro eu ainda não havia visto o filme.  Os cinemas em Bagé eram no centro, e eu, por morar longe, dificilmente ficava sabendo o que estava em cartaz.  Lembro que desejaria ter visto o filme, mas também lembro que tenha ficado com um pouco de medo (nunca gostei muito de filmes de terror, e devo admitir que, no início, não gostava mesmo por sentir medo ...).  Mas enfim, julguei que a experiência da leitura seria menos intensa.  Devo ter me enganado ...  (-:

Mas vamos ao livro propriamente dito.  No momento que escrevo estou na página 88 de 232 (peguei o livro na tarde de sábado, então acho que é um bom progresso, embora esteja sentindo uma certa má-vontade para ler, talvez por ainda não ter me entregue completamente ao livro).  O começo é interessante, Foster começa descrevendo o hipersono dos tripulantes da Nostromo.  É interessante notar que as pistas que ele dá sobre a verdadeira natureza de Ash são sutis, escassas até.  Ele dorme o hipersono junto com a tripulação regular, mas acho que isso seria esperado, já que ele devia passar incógnito.  Mas é interessante comparar a descrição dos seus sonhos com a total ausência deles na Mãe, o computador da nave.  Isso era uma pista, mas na direção errada ...  (-:

Hoje, para mim, é impossível ler o livro dissociado do filme.  As linhas de Foster evocam diretamente as imagens criadas por Ridley Scott para o filme, e nem poderia ser diferente, já que o livro foi adaptado a partir do roteiro escrito a oito mãos por Dan O'Bannon, Ronald Shusett e mais tarde retocado por Walter Hill e David Giler.  É interessante notar, entretanto, que existe apenas uma pequena referência ao Space Jockey, o imenso alienígena que operava o transmissor da nave alienígena.  Aliás, a humanidade já ter tido um prévio contato com formas de vida alienígenas é algo que não fica claro no livro (nem no filme).  Encontrar o sinal de emergência é algo que causa assombro, assim como encontrar a própria nave que transmitia o sinal, mas nunca toca na questão do "primeiro contato", a descoberta de que não estamos sozinhos no universo: no livro a humanidade já explora planetas muito além do sistema solar, então era de se esperar que contatos já houvessem ocorrido, porém o livro nunca deixa claro se ocorreram ou não.

Oegao ver que, embora tenha tentado deixar tudo a respeito de Ash meio nebuloso, já dá para se ter uma noção das suas reais intenções quando Ripley finalmente consegue algo mais concreto a respeito da mensagem.  Ele está vendo algo no seu monitor, algo que despertaria muito interesse nela, mas simplesmente não ficamos sabendo o que é ...  Um nó para ser desatado mais tarde.

Aliás, a respeito de Ripley, uma outra coisa que me agradou bastante é o fato de que ela não recebeu nenhum destaque até agora.  Quero dizer, para quem está lendo pela primeira vez, parece que ela é só mais uma coadjuvante, e que os verdadeiros heróis da estória são provavelmente o Dallas e, eventualmente, o próprio Ash.  Legal ...

E então vem a cena em que Kane é atacado pelo facehugher.  Bem interessante, o suspense vai crescendo até o momento do ataque, e me lembro que foi aterrador ler isso pela primeira vez.  Hoje, depois de ver o filme tantas vezes, perdeu um pouco do seu impacto psicológico, claro, mas continua marcante.  Agora o capitão Dallas e a navegadora Lambert vão ter que retornar à Nostromo carregando o corpo inerte de Kane com a coisa pendurada na sua cara.  Ler isso e ter que imaginar essa viagem, que deve ter levado uma hora em um planeta inóspito e completamente desconhecido, foi uma barra.

Então vejamos ...  Quem sabe publico mais alguns insights a respeito do restante do livro à medida que progrido.  Até lá, então !